sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Aquilo que deixa de existir quando dizemos o seu nome


O silêncio é de ouro.
O silêncio também fala.
Silêncio não significa esquecimento.
A vaidade é faladora; o orgulho, silencioso.
O silêncio é a virtude dos fracos.
O silêncio é a retórica dos amantes.
A palavra é tempo; o silêncio, eternidade.
Bom silêncio vale mais que má pergunta.
O silêncio é, às vezes, mais eloquente que os discursos.





Odeio silêncios. Perco-me neles...
Os silêncios são confusos, barulhentos de tanto pensamento que criam na minha cabeça. Porque o silêncio é matéria prima para a imaginação, e porque nós temos uma imaginação tão fértil e tão infinitamente negra. Irritam-me. Não consigo vê-los nem românticos, nem cúmplices, nem bonitos nem porra nenhuma. Não gosto. Sinto-me mal em silêncio. Nem para adormecer desligo a tv.

O meu suspiro de paz, dou-o quando entro na discoteca mais barulhenta, quando levanto o volume do rádio do carro com aquela música, dou-o com uma gargalhada sonora. Em silêncio os meus suspiros são de angústia.
Não, em silêncio não há qualquer paz possível.
Por isso, quando estou em silêncio, estou mal. Quando entupo e calo, é porque não consigo gerir o que penso e isso é muito mau sinal.


Vamos conversar?

6 comentários:

Pips disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
B.A.B.E. disse...

podes dizer, amora ;)

Piston disse...

"A vida é bela"

headache disse...

Metal Heavy
Soft at the Core

Tudo passa
*

filipe canas disse...

Eu por acaso até nem desgosto de silêncios.

Há coisas que gosto de fazer com silêncio. Gosto de ler em silêncio. Pensar em silêncio. Ouvir os meus pensamentos em silêncio.

Mas também não gosto assim tanto. Mas não preciso de conversar compulsivamente. Gosto de estar calado com outras pessoas a ver o mar, a apanhar sol. A fazer coisas que me façam tranquilo.

Especialmente em relações, o silêncio é uma coisa que eu gosto. Mas há silêncios e silêncios. Eu gosto daquele que é cumplice. Que é um silêncio vivo. Que é silêncio porque não temos palavras, apenas olhares e gestos.

Os outros são um bocado menos divertidos e, porventura, preocupantes.

Sérgio Mak disse...

O silêncio é bom quando está na boca dos idiotas.

Por exemplo, eu podia dizer que para fazer comentários destes mais valia estar calado, mas como escrevi de boca fechada, não sei bem como me enquadrar...