AMOR?
"- Vocês acreditam no amor à primeira vista?
- Não! Acredito na atracção, na tesão, no desejo à primeira vista!
- Yah, ok, então mas pensem na cena. Vocês vêem uma pessoa na rua que vos chama a atenção, e...não tem a ver com ser boa, não é nada disso.
Pah, é tipo: aquela pessoa que vocês tão a ver pla primeira vez, diz-vos algo e vocês não entendem bem porquê, e nessa altura nem chegam a falar nem nada. Mas depois tipo, o tempo passa e a pessoa ficou-vos na cabeça, e mais tarde acabam por se voltar a encontrar porque ela é amiga de um amigo, ou aparece em saídas com um grupo de amigos. E finalmente começam a aproximar-se e as cenas surgem e começam a conhecê-la melhor, e pronto, acaba por acontecer alguma coisa. E as cenas resultam. E olhas pa trás no tempo e percebes que era mesmo “amor à primeira vista”.
- Hum, sim, assim acredito. Aliás... não quase sempre assim que as coisas acontecem?"
in Conversa de café, na Sílvia depois do almoço.
E eu digo assim:
É impressão minha ou estamos todos cada vez mais longe de encontrar o amor, porque estamos a instituir como regra (ainda que inconsciente ou nao...) que ninguém quer compromisso com ninguém, e antes mesmo que nos digam “não quero nd sério”, já nos estamos a traçar limites emocionais e a esforçamo-nos por ser superficiais e viver na base carnal, mesmo que nem seja essa a nossa natureza e o nosso desejo?
O que vai acontecer no futuro?
Seremos todos amigos coloridos?
Andaremos todos a comer-nos uns aos outros porque um corpo, e uma foda não nos preenchem como um amor à séria, e então vamos querendo sempre mais?
Comemos conhecidos.
Comemos desconhecidos.
Comemos até amigos.
E pior, comemos os “amigos” dos “amigos”.
E no fim, ainda nos sentimos na obrigação de continuarmos todos amigos, porque afinal: é normal!?
Nem sei se falo por mim, se pelos outros que vejo e analiso ao pormenor. Mas sei muito bem que eu própria, assim que entro numa, me obrigo a pensar do avesso, e a fazer-me acreditar que aquilo não vai dar em nada, e que não quero nada, e que compromissos não é comigo, e que Namorado? Pa quê?
...
Ainda hoje me assombram reminiscências de ha um ano, de quando espetei uma faca no meu próprio destino.
Lembro-me que o discurso foi:
- Por favor, não te apaixones por mim....porque tenho muito medo que te magoes.
E este foi das coisas mais sinceras que lhe disse.
O pânico de fazer alguém sofrer está-me demasiado presente e é-me inevitável tentar evitá-lo.
Gostava muito dele, ainda que me convencesse de que aquilo não iria dar em nd... a única certeza que tinha era que não queria que ninguém saísse magoado. Principalmente ele, que me parecia não ter medo nenhum d avançar.
Acabei por me aperceber que o conselho que lhe dava não era mais que uma maneira de ouvir a minha voz em eco. Disse-lho a ele para me convencer a mim.
Shame on me!
Mais tarde, quando tudo acabou, alguém próximo disse-me com a maior arrogância e sinceridade:
- Flipa, foste tu que te fodeste quando lhe dissest pa ele não se apaixonar. Tavas a cavar o teu próprio buraco, e nem te deste conta. Foste tu que te fodest caralho.
Pois é...comecei a jogar num jogo que nem devia ter começado, se eu n tivesse lançado os dados.
Ninguém me pode dizer o que teria sido, se eu não tivesse dito aquilo.
E ninguém me pode dizer como será daqui para a frente.
Mas a dúvida...essa mantém-se:
Até quando vou (ou vamos) continuar a fingir que não precisamos de AMOR?
7 comentários:
epá...
Saíste-me cá um spammer...
6 (seis!) comentários??
Parte séria deste comment:B.I.T.C.H. ,podes ler o consolador "Intimidade", de um senhor que agora está muito na moda chamado Osho... mas só os pimeiros 2 ou 3 capítulos, que aquilo para o fim fica algo repetitivo...
Parte a rir deste comment: "enquanto não encontras a pessoa certa, diverte-te com a errada"... E acho que o tal tipo NÃO era a pessoa certa... se não alguma vez o tinhas deixado escapar? Nem penses! ;-) Ai, ph..*se, será que isto já é considerado spam? :-P
ai menina!
isto logo de manhã até dói!
e logo hoje, que é sexta feira e agente só quer que o tempo passe rápido!
"Acabei por me aperceber que o conselho que lhe dava não era mais que uma maneira de ouvir a minha voz em eco. Disse-lho a ele para me convencer a mim."
Doloroso. Porque sei tão bem o que isto é.
(Amiga, adoro quando transcreves coisas com as quais sei que te identificas, e me identifico tanto também... e no entanto, no meio disto tudo, somos tão opostas... *)
filipa...um beijinho pra ti qd me lembro da pessoa k eras atraves dakilo k escreves *
Oh...
Duas perguntas altamente relevantes e que queria mesmo ver reveladas:
Quem és Juanolla?
E tu Sr/a Anónimo/a ? Onde me leste?
respondam please, senão morro de curiosidade.
;)
*
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