Festa na Tasca

Atrasada como sempre e nervosa como nunca. Uma, duas… falta a Sara! Merda! Que quase me espeto! O Cacém é o fim do mundo em cuecas e eu entro em sentido contrário num cruzamento apertado! Não me apetecia nada levar o carro! Elas ainda estão à porta. Bombas da BP, como sempre. “Tas linda!” Ai, não me sentia mesmo nada, sem falsas modéstias. Soube bem ouvir! Como te disse, gosto dos teus elogios. Carro cheio de pessoas, gasolina no fim… e os nervos! Nem falo! Animem-me que eu faço anos!! Vamos, Nuno! Acelera!!
Chego e levo logo um raspanete pelo atraso. Parabéns para ti também, oh simpático! Tantos! 3 mesas separadas? Ai não gosto nada!! Senta-te aqui, desculpa, podes trocar de lugar? Vocês aqui, ficam ao lado deles que se conhecem. Pronto. Olha, mesmo à medida! ISCSP, meninos, meninas, Mucifal, tudo certo! O dinheiro. Ok. Agora sim…

Eles não se calam. É quase sempre assim nos nossos jantares e é bom sinal. Mas cada vez que alguém começa com o berros, a outra metade da mesa agarra-se à cabeça. Chega a comida, sempre a 200km/h, ou era eu que estava mesmo acelerada? 60 pessoas e eu não falo decentemente com ninguém. Levantei-me 30 vezes, não comi nada e claro, bebi demais. Uns brindes com elas, e a resposta que nos faz rir. Filhos da puta! Estamos todas em fases complicadas. Nem todas más, mas todas complicadas, e sabemos que não são todos, mas andamos a duvidar. Piadas para um lado, salada para o outro. As fotos, a máquina no chão e eu já estou bêbeda. Mais fotos, mais piadas. Começam as músicas do costumes com as coreografias tão palermas que realmente só têm piada para que as faz. Ooooremos ao Pai Buda! Somos tão parvos e eu gosto tanto da nossa parvoíce!

A partir daqui, asneira. O bolo e a cara do Zinho lá enterrada, o Skina aflito a pensar nas horas que demorou a fazê-lo (eu adorei o mimo, e isso é que conta mano), tudo em pé, a rebaldaria, as piadas da turma, as prendas que nem me ficam na memória (já as vi e adorei, claro!) o empregado brasileiro que me chateia tanto…

A partir daqui, vazio.

É a amnésia que me irrita tanto.

Sei que andei a roubar cervejas a torto e a direito, a abusar da simpatia ou da bananice dos homens que passavam, sei que fomos pró loft, não sei como entramos todos nem como é que perdi o telemóvel da Catarina (já o encontrei), sei que me pediste “Não faças isso” e sei que fiz mal. Sei que houve muito filme em exibição naquela noite e não vi nenhum! Ainda bem! Tou cansada de confusões, não vos critico mas não quero ter nada a ver com essas coisas.

Também errei. O álcool revela o pior de mim, e talvez por isso me esqueça de tudo no dia a seguir. O meu cérebro acciona um mecanismo de defesa para evitar o peso na consciência. Mas nem assim resulta. Porque sei o que faço, e não me orgulho nada. Estava bêbeda. Tenho desculpa por isso? Não devia. Tenho o desconto. Ok!

Agora apetece-me parar com isto. Acalmar. Baixar um tom, subindo um bocadinho o nível. Assentar! É mesmo conversa de domingo de ressaca. Só falta dizer que vou deixar de beber. Não, não deixo. Tenho de beber menos, isso tenho.


A todos, um obrigada e um beijo! Pelo esforço, pela companhia, pelas gargalhadas, pela paciência e pela amizade.


Pipas e Skina, os vossos mimos fizeram deste ano o mais divertido! Adorei, adorei, adorei! Não há obrigadas que cheguem.
Catarina, obrigada pela companhia. Foi uma semana óptima!
As minhas ruaus são umas doces que me fazem sentir tão gostosa!
E meninos do Mucifal: é uma surpresa tão boa ver-vos ao meu lado no meu dia de anos!


E realmente não há melhor expressão: derreti com a Festa na Tasca!