sexta-feira, abril 27, 2007

Vamos?

Preciso que me salves, me venhas buscar, me raptes e me tires daqui.
Leva-me para onde possa respirar enquanto ainda é dia.
Trata-me como se soubesses quem realmente sou. Como se me conhecesses para lá do furacão e do lixo que a ventania levanta.
Dá-me o tempo que eu não tenho. Faz-me acreditar que posso fingir que ele existe e saborear a calma que já não há.
Vamos onde eu me queria levar e não consigo. Fazer o que preciso e não posso.
Dá-me a tua pele, aguarelas e pincel e deixa-me escrever coisas sem nexo que sinto sem querer.
Põe a tocar o barulho silencioso de coisas que há muito não oiço. Cala as vozes que me oprimem.
Descalça-me e tira-me a roupa. Deixa-me ficar nua, espreguiçar-me e respirar fundo.

Não, fica!
Quero que fiques.


Vamos fazer de conta tão bem, que até vai parecer que é verdade!
Vamos acreditar que dá para ser feliz a fingir!
Vamos, pois vamos?



5 comentários:

code disse...

estás a precisar de seres tu.
eu também :)

abraço...

Piston disse...

Vá, vamos lá para o cativeiro no Tramagal.

R. disse...

Há sempre um preço para a felicidade, mesmo que esse seja a mentira. Deixa é de ser genuína. Julgo até que é uma felicidade podre e pouco duradoura.

Mas a cada um as suas escolhas e a responsabilidade das mesmas.

Bom fim-de-semana.

Sofia Prista Cunha disse...

há sempre espaço para acreditar que a felicidade dura, mesmo que ela às vezes demore e o espaço para respirar se torne escasso. Depende de nós e de mais ninguém :)

beijinhos*

Francis disse...

calma que ainda és novinha, angustia tem tempo.