a relationship for smarties
Apertei todos os pensamentos negativos no fundo, esqueci os meus próprios preconceitos e liguei. Eu sei que uma mulher não liga, mas liguei mesmo assim. Tinha os joelhos a tremer, aqueles 3 ou 4 toques pareceram a eternidade. O meu cérebro disparava: atende, atende, atende! Não atendas! Não tenho coragem! Não, não, não! Atendeste. Atendeste com voz de sono e lembrei-me logo da primeira vez que te vi acordar ao meu lado. A voz saiu-me ridiculamente fraca e tive de dar aquela tossidela irritante para a clarear. As mulheres não convidam, mas pelos vistos os homens aceitam. Ele aceitou.
Fomos jantar ao restaurante mais silencioso de Lisboa. Não pensei na comida, nem no preço, nem no sítio. Só pensei no silêncio. Queria um sítio quieto, sossegado e calado. Mais calado que tu, para ver se te fazia falar. Depois de meses de encontros, era o nosso first date. Íamos finalmente ter tempo para conversar! E, não sei se por causa dos nervos, da fome ou da vela, via o tecto do restaurante a ondular em cima das nossas cabeças. É do silêncio. Põe-me zonza!
Ficaste com farinha no queixo quando comeste o segundo pedaço de pão e eu quis ser farinha. Que pensamento mais adolescente! Senti as bochechas a aquecer por estar a pensar aquilo.
Como se tu me lesses o pensamento. Não lês, pois não? Tenho sempre a sensação que não fazes ideia das minhas ideias.
Ora, Nem precisas. O que digo não é melhor. Só digo coisas parvas, só faço perguntas desinteressantes, comentários sem nexo! Parece que quero evitar que percebas que sou inteligente, porra! Não passamos do vulgar, do banal. Somos doutorados em conversa da treta. Nem quando fazemos amor dizemos alguma coisa profunda. Fomos treinados para a superficialidade porque, abrir buracos fundos no coração, sabemos que magoa demais.
Mas hoje é diferente. Não há televisão, as luzes estão acesas e trouxe-te aqui só para isto: para perceber se vamos continuar a comer só os smarties do bolo ou se vamos finalmente pegar na faca e atacar a massa e o recheio. Cortar as fatias e comer a porra do bolo de uma vez!
Sim, eu sei. Íamos comer uma fatia, duas, três e das duas, uma: ou enjoávamos de tanto doce, ou acabava o bolo e começavam as discussões.
“Os senhores já escolheram?”
“Eu já!” E finalmente a voz saiu segura, como de costume.
Fomos jantar ao restaurante mais silencioso de Lisboa. Não pensei na comida, nem no preço, nem no sítio. Só pensei no silêncio. Queria um sítio quieto, sossegado e calado. Mais calado que tu, para ver se te fazia falar. Depois de meses de encontros, era o nosso first date. Íamos finalmente ter tempo para conversar! E, não sei se por causa dos nervos, da fome ou da vela, via o tecto do restaurante a ondular em cima das nossas cabeças. É do silêncio. Põe-me zonza!
Ficaste com farinha no queixo quando comeste o segundo pedaço de pão e eu quis ser farinha. Que pensamento mais adolescente! Senti as bochechas a aquecer por estar a pensar aquilo.
Como se tu me lesses o pensamento. Não lês, pois não? Tenho sempre a sensação que não fazes ideia das minhas ideias.
Ora, Nem precisas. O que digo não é melhor. Só digo coisas parvas, só faço perguntas desinteressantes, comentários sem nexo! Parece que quero evitar que percebas que sou inteligente, porra! Não passamos do vulgar, do banal. Somos doutorados em conversa da treta. Nem quando fazemos amor dizemos alguma coisa profunda. Fomos treinados para a superficialidade porque, abrir buracos fundos no coração, sabemos que magoa demais.
Mas hoje é diferente. Não há televisão, as luzes estão acesas e trouxe-te aqui só para isto: para perceber se vamos continuar a comer só os smarties do bolo ou se vamos finalmente pegar na faca e atacar a massa e o recheio. Cortar as fatias e comer a porra do bolo de uma vez!
Sim, eu sei. Íamos comer uma fatia, duas, três e das duas, uma: ou enjoávamos de tanto doce, ou acabava o bolo e começavam as discussões.
“Os senhores já escolheram?”
“Eu já!” E finalmente a voz saiu segura, como de costume.
“Não quero estar aqui. Vamos para tua casa?”
Às vezes é preciso fazer a pergunta para perceber que não queremos saber a resposta.
5 comentários:
Porra...se eu fosse gajo...
(ah e desculpa la a cozinha! mas começo memu a perceber que n interessa a bagunça que fez nas nossas vidas, interessa sim o prazer que deu a comer!)
AMO.TE COMÓ CARALHO!
(ainda n sei é kual ou de kem...)
Smarties e mais smarties..... é bom sim senhora... and why not?
mto bom!!!
nem sempre o que se espera de um homem se tem. alguns nem sabem o interesse que despertam numa mulher...a esses há que lho mostrar e criar um ninho de misterios descobertos...
mas há a maioria( mas são a maioria tb por nossa tão grande culpa...e claro que o fofo do meu primo joão não se inclui) que não se interessa por aquilo que dispertam numa mulher mas sim o que lhes interessa ter de uma mulher!!!
a esses egocentricos, mostras que se ser mulher é algo que está alto demais nas suas conquistas... es mulher e ele não quer uma mulher...mas sim um momento banal que amanhã deixou de existir!!!
:) :) :) :)
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