Só hoje, com quase 24 anos de existência e outros tantos de audição relativamente selectiva, é que percebi o que diz o Beck na música Loser.
É preciso ser-se muito duh!
Anos a cantar qualquer coisa como:
Sooooooou unkendétouuuuu...
Flipa Flipaaaa, tsc tsc tsc
Frustração é uma emoção que ocorre nas situações onde algo obstrui de alcançar um objectivo pessoal. Quanto mais importante for o objectivo, maior será a frustração. É comparável à raiva.
in: Wikipédia
AVISO
Quem não estiver interessado em ler um monte de vómitos de uma rapariguinha filha-única mimada, por favor, salte este post. A gerência agradece.
Sim avô, o meu curso é um curso de merda. Porque tu tens 70 anos e no teu tempo as pessoas trabalhavam e não paravam pra pensar no trabalho, na empresa, na relação entre os empregados que agora são colaboradores porque é feio dizer empregado, como é feio dizer preto, ou talvez porque hoje já não há empregos, só há trabalhos, logo não pode haver pessoas empregadas. Sim avô, não serve de nada eu ter sido a única da família a tirar um curso em 4 anos porque estive 1 ano a fazer trabalhecos e pra isso mais valia ter ficado na faculdade. Sim, concordo.
E ainda por cima tou a tirar um mestrado! Sim! Gosto de aprender sobre estas bullshits todas!! Acho piada!! Posso? Ou devia estar a gastar o meu dinheiro em Bershkas em vez de gastar em propinas?! Para quê ter tirado o curso com uma média gorda se agora tou a tirar o mestrado sem tempo nem dedicação nenhuma, e com cada vez menos vontade? Porquê? Porque há dias assim... sábados de sol em que o único tempo livre que tinha gastei-o contigo e com o resto da família e o tema do almoço foi esse: a bela merdinha de vida que tenho. Pois sim, claro. Se ontem os maltesers não me valeram, hoje um almoço inteiro só piorou. Acho que vou começar a fazer greve de fome pa ver se tiro o mestrado. Mas qual mestrado afinal!? Eu já nem peço tanto... o primeiro aninho só! Só pra ficar com a pós-graduação! E, eeee....
Pelos trabalhos tou a ver que vai ser difícil passar, tendo em conta que eu não faço puto de ideia quem é ou quem foi o Grunig e afinal ele é um dos pais das RP. Tá bonito. E por exame tb não faço nada porque o cabrãozinho do meu patrão não é capaz de me assinar uma porra dum papel em como eu trabalho, para ter direito a ser o que sou: trabalhadora estudante.
E sim colega, estou a trabalhar num ginásio... onde é que isso já se viu?! Como é que é possível que uma licenciada seja feliz a trabalhar num ginásio?! O meu lugar é numa agência de comunicação! A ganhar menos de metade do que ganho e sem gostar do que faço... mas foi pra isso que estudei! E a vida é isso! Fazer o que fica bem nem que seja só por isso. Porque é suposto gostar de trabalhar naquilo que se estudou. E não, não são desculpas esfarrapadas de quem tem medo de se fazer ao trabalho! Não quero é passar a vida a fazer uma coisa que escolhi com 17 anos, quando nem um corte de cabelo decente eu sabia escolher! Deixem-me andar a experimentar os trabalhados divertidos da vida antes que chegue aos 30. E se estudaram aquilo que vos faz feliz... óptimo!!! Agora parem de querer moldar as minhas felicidades! E ao meu patrãozinho: continue a trocar-me as voltas, a dar o dito pelo não-dito, a voltar atrás com palavras tão importantes como: salário. Continue a adiar a apresentação do contrato. Continue a mandar bocas e mails cheios de cheirinho a cócó e a bolsado, de pessoazinha medíocre que não te coragem de assumir erros e pedir desculpas.
Continuem, continuem todos a chatear-me a cabeça a ver se eu não mando tudo pras urtigas!
Vá... força! É da maneira que me despeço, desisto do mestrado e vou ser feliz a dar beijinhos e a fazer meninos! Volto à vida dos cafés todos os dias, dos cinemas a torto e a direito, de sair de domingo a domingo, de varrer as festas todas, de dormir até acordar, dedico-me ao meu novo estatuto de não-solteira a tempo inteiro, volto a ser a super-star do grupo, a amiga que tem sempre tempo para os amigos todos., deixa de me doer cada vez que faço contas à última vez que vi os meus amigos,... ainda por cima mais um bocadinho e é Verão! Volto a fazer praia de Abril a Outubro como fiz em 2007! E depois? Fico pobre, e com um ganda bronze, sem carreira, a fazer trabalhecos que dão dinheiro por enquanto, e moro em casa da minha mãe até aos 30? É esse o mal que me acontece?! Uuuuuhh! Que hoooorrrorr! Eu até odeio a minha mãe!
Kinder Bueno . Ligar o pc . Ligar o MSN . Mail . Agora tou a ouvir Soaked Lamb.
Apetecia-me acordar com isto.
Acordar num quarto enorme, paredes brancas e móveis de madeira castanha muito escura.
Talvêz um hotel em New York.
Tu ias abrir os cortinados pesados, bordeaux, e punhas este cd a tocar.
A vista era a de um centésimo andar, paí. Gigante!
Era uma manhã cinzenta mas clara. Conseguia-se ver o sol a subir.
Voltavas pa cama e enfiavas a cabeça entre o meu cabelo e o meu ombro e cheiravas-me o pescoço.
Tiravas-me o cabelo das costas e beijavas-me e passavas as mãos pelo meu corpo.
Depois enroscavas-te em mim e eu sorria de olhos fechados.
"A lady's reputation is not her own property.
It depends entirely on the goodwill of others."
Ser gaja é tão bom e tão fodido!
Eu diria que ser gaja é uma espécie de bipolaridade.
Uma pessoa que tenho vindo a conhecer, coisa que interrogava já ha algum tempo porque é que ainda não tinha acontecido e que por isso mesmo me fez acreditar que já não iria acontecer, tem-me feito pensar em coisas. E eu gosto disso.
Hoje descobri que, pelos visto, sou muito mais cordial do que seria de esperar da pessoa que me mostro. E que, pelos lidos, sou muito menos má do que escrevo.
Que bela surpresa hein!
Ela chegou à cozinha e eu estava de faca de serrilha em punho direito e a evitar que as unhas vermelhas da mãos esquerda se cravassem naquele pedaço de carne meio lambido e humido do frigorífico.
- O que é que tas a fazer?
- A cortar presunto.
- Hum...
- O que é que ela ta a fazer?
- Não sei, cheguei aqui e ela tava assim, nesta figura, de faca na mão como se tivesse a tentar cortar um boi aos pedaços...
Não sei onde estava com a cabeça quando resolvi trocar as embalagens de fatias "finíssimas" de presunto, por um naco de 500 gr inteiro, só porque saía mais barato.
- Pronto tá bem. Mas fiquem conscientes que acabaram de me fazer deitar 7 euros fora! e pousei a tampa metálica do caixote do lixo.
O que é pior que ter um date e levar uma mega borbulha atrelada na bochecha?
Ir renovar o B.I. na manhã seguinte e ter de tirar fotos!
Aos que me conhecem: sim! depois de um ano como cidadã incógnita, surgiu uma boa razão* que me levou, finalmente, a renovar a minha identificação.
Agora vou ficar à espera de boas razões que me levem a renovar o passaporte!
=D
*Não, nao me casei
!
Há alturas em que não me sinto especialmente gira.
Esta é uma dessas alturas.
Humpf...merda!
E venham de lá o Beckam, o Brad Pitt e a Scarlett Johansson em coro convencer-me do contrário, que ainda assim não há volta a dar.
A ùltima (indeed) vez que fui à Botica e tive de passar (roçar) entre a espetada mista de adolescentes e trolhas que se encontrava em frente ao balcão gorduroso, para ir fazer xixi, tive de ouvir o seguinte comentário de um pré-adolescente:
Hehe, olha a Betty feia!
Fodasse, Ouve la, deus não te deu nada para tu brincares, ó puto borbulhoso de merda?
Pronto, é disto que me lembro quando estou nestas fases menos boas...
Tudo é temporário, precário, consumível, efémero.
Já não há sofás de pele nem cadeiras nem mesas centenárias de madeira massiça. Já não há televisões herdadas, rádios nem máquinas de costura. Já não há telemóveis ou computadores do irmão mais velho. Já não há carros, motas, casas de família. Já não há casacos de peles, sapatos com solas novas, malas. Já não há colares de pérolas nem brincos de diamantes nem cordões em ouro de 4 laçadas da bisavó. Já não há cafés, restaurantes, parques. Já não há empregos de 40 anos, nem amizades.
Agora há o IKEA e a Divani&Divani. A Sony e a Philips e outras marcas brancas. Há Nokia e promoções de Natal e Mac´s ou Pc´s. Agora há Ferrarris para quem os pode trocar por Lamborghinis daqui a 2 anos, há Vespas e apartamentos por empréstimo a 70 anos. Agora há napa e Bershka, e saldos a 50 % e carteiras coloridas de plástico. Há a H&M, o pechisbeque e a Acessorize. Agora há um café novo na esquina com cadeiras modernas onde não se pode fumar, há restaurantes para se almoçar por 7 euros e jardins novos sem mesas de dominó. Agora há contratos de seis meses e doenças prematuras que nos levam pessoas e a nós mesmos.
Agora há o hoje sem esperança, ou vontade, que dure até ao prolongamento de amanhã e pouca coisa que fique para sempre.
Amortecidos nestes tempos escassos e gordos em que vivemos, impõe-se a pergunta:
O que será do amor eterno?
