quinta-feira, janeiro 19, 2006

Queijo e vinho Tinto!




"Seis e meia da tarde, o sol já vai baixinho, mas não tão baixo como já esteve!
Desligo o Pc, arrumo as minhas coisas e bazo.
Elas já sairam e o Boss n apareceu a tarde toda. Fiquei de terminar um briefing, mas já não me apetece.
Tinha recebido uma msg tua de tarde, na qual ainda estava a matutar.
-Preciso de ti.- dizia!
E eu de ti...mas o dia só tem 24 horas, e...!

Pego no casaco e na mala, saio e dou 4 voltas à fechadura, com aquela chave grande que fizeram questão de me dar uma semana após estar a estagiar.
Caminho até ao carro, entro, abro a janela, acendo um cigarro, ligo a Oxigénio. Dou dois bafos, e pego no telemovel.
- Onde tas? Vou ter contigo ...deixas? Apercebi.me que temos de aproveitar!
- Hum? Sim, claro!
- Sete e meia à porta dos Armazens. Txi amo.

Desligo o telefone. Ligo o motor e arranco. O2 em alta pa respirar. Jamie Lidell, Multiply!
Alcantara, semáforos, 24 Julho, semáforos, D.Carlos I, semáforos.
Uma chamada pa Sara a Pedir que me segure as pontas, k já n ia à faculdade hoje.
Largo Camões, Semáforos, passadeiras, gente, fumo, Lisboa, metropole...como te gosto! Dou duas voltas, e encontro um lugar feito à medida. Estaciono à primeira, e não faço o homem do mercedes que vinha atras, esperar. Aliás...faço, ele abranda pa me ver sair do carro. Sorrio, e visto o casaco.
Ta frio, vejo as pessoas agasalhadas.
Elas olham pas minhas galochas e penso no que pensarão. Elas olham po meu cabelo e imagino as opiniões, elas veêm a minha minisaia numas pernas k n foram feitas paquilo e consigo entender a critica. Elas veêm-me a olhar para elas, e será k percebem que as tento perceber?
Não interessa, não importa!
Vejo de tudo, dondocas supé bem, que vão ao Chiado fazer n sei mt bem o kê, gays que se sentem mais que em casa, Freakalhocos que fazem dakelas ruas o lar e ganha pão, miudas de escola secundária com sacos xeios de saldos...Gente das Belas artes que se topam á distancia, personagens da praça publica, que n tentam passar despercebidas, e um ou dois olhares que se cruzam directamente com o meu, e que esses sim, me intrigam.

Penso nas voltas que a minha vida tem dado, e ha frases que não me saem da cabeça, pessoas que n me saem do coração, e desejos que n me saem da alma. Sinto uma pseudo.adrenalida a crescer muito lentamente ca dentro, e tou a curtir demais o momento.

Desço, ando pela rua em passos largos, e entro numa loja...o cabelo agarra-se às maos, cheio de electricidade.
Saldos, saldos, saldooooos...naaaa, hoje n tenho paciência!
Só te quero a ti!


Saio novamente pa rua e subo. Passo à porta dos armazens, e tu tás lá...reconheço.te ao longe!
Calças justas, de ganga, por dentro das botas de pele castanha.Uma camisola creme, de gola alta e malha de algodão larga. Tens o cabelo apanhado, e tas makilhada de brilhos dourados, que só na tua pele ficam realmente bem.
Vês-me e sorris sincero. Abres os braços e da-mos akele xi, e dizemos k nos amamos.
- Minha pipoca...ainda bem k vieste!
- Tens planos amora?
- Não...
- Eu tenho, anda! Hoje tamos por conta uma da outra!

Caminhamos em direcção ao novo Amo-te, e ficamos na esplanada! N temos frio.
Pedimos um café e fumamos aquele cigarro. Tamos caladas. Tams a matar saudades, de momentos como este, que por se terem tornado mais raros, passam a ser mágicos!
Começamos a desbobinar mil coisas, começando pelo dia longo que tivemos.

São nove horas já...
Pegamos em nós e decidimos não ir pa casa tão cedo. Voltamos a subir, desta vez entramos no Bairro!
Paramos à porta de uma tasca Gourmet, com ar novissimo e mais que actual. Olhamos uma pa outra e entramos.
Hoje a noite será de queijo à fatia e vinho tinto a copo.
O espaço é demasiado aconchegante. Mesas quadradas e pequenas de madeira tosca e escura. Paredes prepositadamente amareladas, um balcão tb em madeira, e aventais pretos nos empregados de mesa.
Dás-me o direito de fazer as honras e de escolher o vinho. Peço a carta e opto por um daqueles que me são familiares. Português, alentejano, casa Ferreirinha...
- já escolheu?
- Sim, queremos dois copos de Barca Velha, por favor.
..., produções limitadas de anos extraordinários.

Não quero saber! A noite é nossa, e tenho trabalhado pa ter estes luxos!
Havemos de ser grandes e poder fazer isto com a regularidade que desejamos, e vezes suficentes pa matar o desejo, embora nunca em demasia ao ponto de fartar!
Olhamos uma pa outra, e sorrimos! Conhecemo-nos bem e o nosso olhar é cumplice demais.
Abres a boca pa dizer:
- Chamo-lhe amizade... Chamava!
- Sim...agora chamamos-lhe amor!

Bebemos, comemos, rimos muito e conversamos sobre tudo o k temos cá dentro, deixamos a nossa alma toda em cima daquela mesa irregular, entre goles de vinho encorpado, e dentadas em queijos intensos!

Saímos dali e já nada importa palém da nossa felicidade. Somos furacão juntas, e arrasamos uma com a outra, quanto mais não seja, e dá-se o turbilhão! Misturam-se os sentimentos, entrelaçam-se as vidas, e damos as mãos!

Esqueço o carro. Apanhamos um Taxi.
- É para o Lux por favor!
Chegamos, entramos, subimos, pedimos, subimos, sentamos...e ficamos ali, em cima de um puff, de vodka.manga numa mão, ganza na outra enrolada em papel rosachok, e um ceu imenso sobre nós!

Está frio...mas o coração tá quente demais!
Há noites intermináveis, e ha amores que duram uma vida!"


Contos Fictícios

2 comentários:

B.A.B.E. disse...

Tens uma capacidade linda de relatar como passado a realidade futura.

Não é ficção.
Prometo que não...

Abssinto disse...

Ai, a alegria de poder lá estar em 20 minutos...Cenário idílico e tão, mas tão concretizável.

Beijos