terça-feira, outubro 31, 2006

"Mas tem assim tantos parceiros sexuais, é?"

É por estas e por outras que a maioria das pessoas não faz o
Teste da Sida.

Eu faço. Mesmo com uma médica de família estúpida que me olha de cima a baixo e me faz perguntas destas, quando lhe peço as análises...

está deliciosa esta campanha... deliciosa!

Façam o teste, porra!

segunda-feira, outubro 30, 2006

sta sabe

"Disfarçadamente desapertei o cinto das calças e, agora sim, comecei a olhar para a Nanda, tanto mais que por sorte ela tinha-se sentado justo à minha frente. Mulata boa e de boa altura. Cabo-verdeana de São Vicente. Com chique no estar. Parecia deslizar como uma gata, as longas pernas num andar manso, levantando o braço para dispor uma travessa com a graça de uma carícia sensual, o vestido amarelo justo no corpo desenhando as ancas magras, os seios sob o vestido parecendo pequeninos mas firmes. Hoje certamente já não, mas naquele tempo, se tivesse que comparar a um vinho, teria que ser um vinho retinto, bem encorpado, daqueles que penetram na língua e resistem a tada a casta de escova de dentes e aí pelo menos com os seus doze e meio, treze graus. Não comes mais?, perguntou e sobressaltei-me porque ela me tinha surpreendido em flagrante delito da sua despudorada contemplação. Sorria, e reparei nos dentes brancos, certos, bonitos. Desculpa, estava distraído, consegui dizer, mas acho que estou cheio, tenho tanta pena, nunca tinha comido uma cachupa tão sabe. Basofo, sorriu ela com um chocho na boca que me pareceu uma carícia, todos os cabo-verdeanos são basofos. Isso não é verdade, respondi, pelo menos eu não sou basofo. Pois, continuou ela, só dizer isso já é uma grande basofaria, mas são bons moços, melhores que os badios. Ela ainda tinha essa mania das gentes de São Vicente: Cabo-verdianos, só as pessoas de Barvalento."

As palavras de Germano Almeida, Memórias de um Espírito ao som de Mayra Andrade, Navega

A dor continua

... mas já me rio dela.
Medicinas Alternativas
SUGESTÃO DO CHEFE
especial dores de dentes
Sopa
Rolo de Carne Puré com Espinafres e Queijo da Serra
Gelado de Baunilha e Caramelo
Café
Os Gato Fedorento e o filme "From Russia with Love" tiveram um efeito analgésico muito agradável.
Obrigada RTP!

domingo, outubro 29, 2006

Qualquer dor, seja ela aguda ou crônica, tenha ela causa conhecida ou não, tem sempre um componente psicológico. Este componente psicológico é extremamente variável de pessoa para pessoa, e é modificado e influenciado por fatores culturais, étnicos, sociais e ambientais. Há pessoas que, mesmo sentindo dor forte, têm perfeito controle sobre si. Outras, com a mesma dor, tomam atitudes irracionais, reagem de forma anômala frente ao stress da dor.

in: http://www.dor.med.br/psicolg.html

A dor é uma qualidade sensorial fundamental que alerta os indivíduos para a ocorrência de lesões teciduais, permitindo que mecanismos de defesa ou fuga sejam adotados. Embora possa parecer estranho, a dor é um efeito extremamente necessário. É o sinal de alarme de que algum dano ou lesão está ocorrendo.

in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dor



dores de dentes por causa do ciso.
Nada de novo. Os meus cisos começaram a nascer no primeiro ano da faculdade. Há 4, portanto. E volta e meia doíam-me. 2 ou 3 dias, 4 no máximo. De moínha a dor e a moínha outra vez e pronto.
Desta vez, fodeu.
Estou há uma semana a comer mal, dormir pior e a trabalhar dia e noite para não as sentir.
Falar, sorrir e engolir são autênticos massacres.
Estoirei todo o dinheiro que tinha em dentista e farmácia... e nada resulta. Tenho a gengive inflamada e só quando passar é que posso arrancar o dente.
Antibióticos, anti-inflamatórios, anestesiantes locais (um milagre que ia funcionando mas q só durou 48h), chás e muita água oxigenada...

Dizem que as mulheres têm melhor tolerância à dor.
Dizem que os adultos não aguentariam as dores de dentes que os bébés têm.
Eu digo que nunca passei por nada assim e apetece-me dizer que não aguento mais. Mas sei que tenho de.

Só precisava de uma mão para agarrar.
Ou de alguma coisa que me tirasse estas dores...

No entretanto, obrigada por toda a preocupação e mimos.

sábado, outubro 28, 2006

(lhe restam Xminutos para a sessão cessar)

Aiiii, aiiiiii

4º dia de Bahia, e:

(lhe restam 12minutos para a sessão cessar) com entoação por favor!
Já apanhei chuva torrencial
Já apanhei com um Hotel que SIM era uma merda a comparar com os requisitos que faço questão por terras de vera cruz.
Já mudei de Hotel, e agora sim gente, isto é vida!
Já apanhei 2 dias de mega sol.

E todo o meu corpo é uma enorme mancha vermelha de tão torrada que estou (em 5 dias a minha pele vai cair de certeza, merde!)
Restam alguma partes brancas, entre elas 4formas triangulares:
(lhe restam 8minutos para a sessão cessar)
Pescoço
Debaixo dos braços
maminhas
Bunda
e perereca

(lhe restam 5minutos para a sessão cessar)

De todas, esta é a vez que menos estou por estas terras, e que menos razões tenho para estar por essas. Não entendo...

Amora: morro de saudades tuas! Ah e o restaurantes de Sakura (de sushi portanto) para além de um belo dum mulato cozinheiro, não tem mais nada de jeito.

De resto no que toca a gatos sarados: ISTO ESTÁ DEMASIADO ÁRIDO! Fuck...já nem aqui me sinto seduzida por ng. Devo estar a tornar-me frigida.


Aiiii merda, nao tenho mais tempo. N resisti a um post.
O post mais mal enjorcado (embora tenrinho e tostadinho que já fiz!)

beijoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo



(lhe restam 3minutos para a sessão cessar)


aiiiiiiiiii


ps: ahhh, os bikinis são horriveis e tou a pagar 6 reais por 15 miseros minutos nesta porra.

Keywords: saudades. Sol. Pele. Corpos. Mar. Cavalos. Alcool. Comida. Saudade daí. Saudade de cá!

terça-feira, outubro 24, 2006

factos do olfacto

pipocas cheiram a circo
côcô cheira a cabelo na praia
como 2 e 2 são 4.

adoro sardinhas e odeio-lhes o cheiro*.
troco a ordem dos amores com as castanhas assadas.

hospitais cheiram-me a asma. e quando tinha asma sentia-lhes o cheiro.
há noites que me cheiram a Oeiras, outras a Sintra.
e o meu Algarve cheira tão bem...
engraçado como todas as casas têm um cheiro, menos aquela onde vivemos.

lembro-me do cheiro da 1a classe mas não o sei descrever. é aquele.
cada perfume marca uma fase. os meus, claro, e até os da minha mãe. há um perfume dela que me cheira ao meu primeiro namorado. e cada perfume tem um namorado, ou vice-versa.

mas tu cheiravas a mim...
porque ele cheira igual!

adoro-os, gravo-os na minha memória. vou buscá-los ao arquivo quando tenho saudades...
vivo-os e sinto-os.

qual é o teu cheiro afinal?
*s. m., impressão causada no sentido do olfacto pelas partículas odoríferas; aroma; perfume; odor;
fragrância; faro; olfacto; indício; suspeita; reputação; aparência; atractivo;etc..

ziu iu iuuuuuuuuuuuuu com pancadas e trovoadas!


Tem uns que dizem










que eu devia ter nascido brasileira!

Eu acho que não.







Cidadã, tlvz!...um dia!

Fui!

Irritada!

Uma pessoa a precisar de fotosintese, e não consegue ver outra coisa nas previsões que é "pancadas fortes" e "trovoadas"; "pancadas fortes" e "trovoadas"; "pancadas fortes" e "trovoadas"; dassssssssss

8 horas de avião pa levar cas pancadas fortes? Uiiii, 10 dias a levar cas pancada fortes e quando voltar ninguem me atura!

Ainda pa mais, hoje quando fui buscar o vaucher, a gaja da agência (amiga da familia, por acaso) decidiu "fazer-nos um surpresa" que era esquecermos o hotel que tinhamos escolhido porque reservou antes um Hotel supé oooooptimo. "Muito a vossa onda, o vosso estilo, tem tudo igual ao outro Felipa, Acredita". "Ó rute, hum, ah....desculpe la, mas os meus pais sabem disto?" "Ai qrida, não faças essa cara, achei que ia ser uma surpresa ooooptima, Ainda pu cima consegui que o Hotel tivesse o sistema de All incluse, pa vocês!"

Bom...entre muitas outras coisas (que sim podem ser muiiiito interessantes como bungalows cujas camas são dossel, e estão quase sobre a praia!!!!!), este tem evidência coisas como: SPA, Centro de Animação e playground para crianças, e Biblioteca.

Alguém me explica para que se quer uma puta duma biblioteca num resort no Brasil? Por amor à santa.

Fodasse, é impressão minha ou palém da chuva vou ter que levar com dondocas quarentonas que já pariram um rebanho, e cotas cinquentões intelectualoides que sustentam o rebanho e a cabra mestre?

Pah, adoro os meus pais, e o mano, e tamos todos a precisar de descansar e kê, mas fonix! Brasil= mt alcool = mt fruta = mt arroz com feijão = mt fruto du má = muiiita animação = poucas crianças= pouco descanso(fisico!)= muiiiito sooooooool

Dasss, quero mais é tomar o pqueno almoço a ouvir o Bonde do Tigrão, passar a tarde a dançar salsa e merengue nas actividades de tudo e mais alguma coisa, e adormecer com Tati Quebra Barraco e os negões com ginga à minha frente a rebolar.

Qual biblioteca, qual quê...

Ta bonito...

Enfim, dia 4 estou por cá.

Se não houver sinais de vida por mais de uma semana depois de ter voltado, é porque me estou a esturricar no solário para poder aparecer em publico sem ouvir: ai melher, tas tão branca. Ai melher tas com um ar mais abatido do que vieste.

Atrevam-se!

(a esperança é que o São Pedro resolva viar o bico ao prego, e mande embora a chuva e que afinal tenhamos sortecu hotel e viremos familia_feliz_que_adora_outra_vez _a_"amiga que nos fez uma surpresa". Caso contrário, não devo voltar de mt boa saude mental nem fisica.)




Bilhete para a Amora:

Querida amora: segura aqui as pontas (mas uma de cada vez e com jeitinho) enquanto eu vou e volto, e não deixes que te tratem mal (pede-lhes que segurem nos 5 fios de cabelo, e que toquem um "peum peum peumpeum peumpeumpeuuuuuuuum)

Se fizeres algum comentario ou post acerca de eu ser ridicula com a merda do hotel, e puseres imagens, vais ter de me arranjar uma foto dum mastodonte!

Ah, boa sorte na tez(ão).

ps: Bahhhh, cheira-me que quando chegarmos ao topo, ainda vamos exigir um escadote pa subir mais um bocadinho!

Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiii: beijo pra todo o muuuundo!

(E em abril eu tb achava que ia chover e acabei por apanhar o maior solzão. Portanto: vou ter esperança!

É que posso levar com tudo, mas pancadas? Venha de la o sol!!!!!!!!!!!!)

segunda-feira, outubro 23, 2006

Marie Antoinetteeeeeeeeeeeeee



Amei, amei ameiiiiiii o filme de ontem.
Aqueles exageros todos não podiam ser mais deliciosos.
A meio do filme já o queria ver outra vez.
Ontem apaixonei.me decididamente pela Sofia!.
Sofia, minha gaja, és a melhor.
Só fiquei um boacado lixada com o final. É que é indecente.
Depois de não te teres sequer dignado a convidares-me para a estreia oficial, não me chegaste sequer a avisar de que aquilo tinha um final muito mal acabado.
Mas enfim, continuas cá dentro miuda. Já quando foi das virgens me emocionei!

Ah, e adorei os AllStar.


domingo, outubro 22, 2006

to d.

Why won't you come over here?

Não há pequenos almoços nem noitadas no bairro mas penso mais em ti que em muita gente que conheço. Ou melhor, conheço-te melhor do que muita gente que vejo. Isso. Mesmo isso. Conheço-te melhor do que muita gente que vejo.
Ontem no carro a ir ter com ele, mudei para a Antena 3 e reconheci o barulho do "ao vivo".
"Vocês são do caralho!"
Sorri.
Fodass. O que eu desejei ter lá estado...
Fizeste lembrar de tanta coisa que fui e que gostei e que me obriguei a esquecer. E me deste tanta vontade dir lá, ficar sentadinha numa da milhares de cadeiras do Atlântico, fumar cigarro atrás de cigarro e chorar tudo o que tinha pra chorar dos meus 16 anos.
Ouvi duas músicas porque apanhei aquilo no fim. E ainda bem porque já estava atrasada e não podia ter ficado na marginal de 4 piscas ligados mais tempo.
Não, ainda bem porque ainda me dói demais ouvi-lo e lembrar-me dos 16 anos.
"Estou a chorar a ouvir a Antena 3 por isso não sintonizes. Gosto muito de ti mesmo que não hajam pequenos almoços."
A tal sms que não mandei.
Sobre o tal concerto que não fui.
Para a tal pessoa que não conhecendo, conheço tão bem e gosto tanto.
E este é o tal post.

Alerta Laranja

Choro mais que a chuva...

jackpot de sonho(s)



não jogo, e mesmo assim espero que me saia um daqueles prémios chorudos.

quando jogo, morro de medo de ouvir os meus números e ver a minha vida virada do avesso.


tenho medo do avesso, mesmo que seja dos muito bons.

qualquer que seja o jogo.

sábado, outubro 21, 2006

30´´




Combinámos encontrar-mo-nos em Lisboa.
Meti.me no táxi e la fui eu em direcção à Costa do Castelo.
Paguei, subi a rua mais que íngreme mas que com saltos é sempre mais grave quando se desce, e toquei à campanhia.
O gajo abriu.me a porta e sacou-me um daqueles beijos gigantes à direita, um abraço longo e cheio de sorrisos à esquerda, um apalpão no rabo e mais um elogio ao decote habitualmente generoso!
- Aahahah, pára com isso, parece que não tas já habituado.
- Sim, mas continuo a gostar, deixas miúda?
- Aahah, claro, a ti, sempre. O pessoal? Já chegou?
Enquanto subíamos as escadas também altamente íngremes, ias-me respondendo que ainda estavam meio atrasados, mas que iam lá ter. Pedi-te que fosses à minha frente, mas eras sempre cavalheiro, ainda que nesse dia, preferisse que nãofosses. Bastava-me apenas ir tentando puxar a saia para baixo.
- Va miúda, caga nisso, afinal já estou habituado não é..., só não tinha percebido que estava tudo assim tão descoberto e de fácil acesso.
E riste-te com gozo.
- Pára, pára com isso, pedi,te que fosses à frente!
- Sim, e mais logo na disco?, tb vais esperar que todos subam pa tu subires?
Va, hoje não era dia pa me atiçares que eu já estava mais que em altas, e o problema de refrigeração continuava. E da maneira que estava, trazer cuecas já era uma sorte!
Entrámos no corredor branco a puxar para casca de ovo, e comprido. Agora ias tu à frente e caminámos sala após sala, e apos cozinha, e apos quarto… E após quarto e entrámos naquela outra sala onde o pessoal costumava estar quando ainda éramos poucos.
-Vamos antes pa outra sala. - Pedi.te
- Yah, já vamos, tava so a enrolar uma antes de chegares, deixa-me acabar.
- Na boa. Ui, erva? Niiiiiiiice.
- Sabes como é miuda. Trato-me bem!
Ele acabou e fomos pa outra sala, a grandona, de puffs no chão, uma mesa de madeira preta e rectangular em jeito de paralelepípedo que era uma peça só e que eu adorava.
Já era Outono, mas a noite estava quente. E eu não andava mt bem das minhas temperaturas. Despi, o casaco.
-Podes abrir as janelas se quiseres.
Abri as 4 portas que haviam naquela sala que ficava na esquina do prédio, e que dava para 4 varandas pequeninas, de 2 por quatro metros, ladeadas por um corrimão de ferro forjado, preto, com arabescos deliciosos que eu tantas vezes já tinha fotografado em contraste com a luz de lisboa.
Volto pos Pufs e fumo contigo. O rosa era o “meu”, mas nesse dia sentei no vermelho.
- Vermelho?
- Sim …Hoje apetece-me. Querias ficar tu com ele?
- Na boa miúda, esta casa é quase mais tua que minha. Tas na boa.
Olho pa rua, do alto daquele 9º andar, e pelo fumo que rodopiava entre nos, vejo um aglomerados de neons, la fora, entre as lojas.

Penso um segundo, e lembro-me que dantes eras o único que aceitava as minhas vontades.
- Sabes o que me apetecia?
- Mais do que o que tas a fumar?
- Sim!
- Hum, um Mc Flury de M&M com M&M extra?
-Nepia, não é comida.
- Ui, então se n é comida, n sei. De ti já espero tudo.
- Hum, anda, baza, traz o casaco.
- Vamos onde?
- Já vês, não te preocupes que eu sei que vais curtir. O Psoal sempre vem cá ter?
- Sim, e têm a chave.
- Óptimo, baza.
Saímos de casa, apanhamos um táxi, em direcção “à Graça por favor”.
Fui dando as indicações e tu ias sorrindo curioso, e como quem quer a coisa, ias escorregando a tua mão até à minha perna. Batia.t e dizia pa parares com isso. Parámos em frente à SexShop, tu chegas-te ao meu ouvido e dizes:
- Há quanto tempo miúda.
- Tens guita?
- Se tenho? Ui, pra ti hoje, e a esse ritmo tenho tudo.
- Obrigada. boa noite.
Paguei o táxi e tu pagavas o resto. Não me fazia à cena, tu sabias que eu andava sempre à rasca com guita. Mas também nunca te pedi nada!
Entrámos, cumprimentámos o gajo que conheciamos de outros carnavais. Fizemos a conversa de sempre, e que já quase não nos lembrávamos por ter sido há muito, e o gajo la nos arranjou o que queríamos.
Saímos dali, abrímos a embalagem, e Lisboa inteira ficou com um cheiro diferente por 30 segundos. Mais outros 30 segundos enquanto eu gemia e ria que nem uma perdida. E mais 30 segundo noutro táxi que apanhámos e que supostamente nos levaria a casa.

- Hum...Disseste que tinhas dinheiro?
- Hum? Sim babe, já te disse que sim, queres ir comprar álcool?
- Não, eles trazem.
- Então?
- Olhe, desculpe, leve-nos antes à Cruz Quebrada.
Acendi um cigarro enquanto cheiramos mais 30 segundos de janelas abertas, e as tuas mãos já não escorregavam só sem querer pela minha perna. Arrastavam-se com vontade entre a minha pele e o vinil bege dos bancos reles do táxi.
Cheguei.me a ti, mordi.te o pescoço e fiquei assim, mais uns segundos, até passar.


In Contos ficticios

sexta-feira, outubro 20, 2006

Entre.Tantos | Semana

Fazendo bem as contas...
Daqui a uma semana, ainda faltará uma semana!
Hiiiii hihihi hiiiiiiiiiiiiii

quinta-feira, outubro 19, 2006

Parágrafo.

Só quero sair.
Sair ou ficar, mas não aqui.
Não assim.
Quero que me ligues, e que não me questiones acerca do meu estado.
Que peças só que te diga onde estou.
Que peças só que vá ter contigo.
Sair daqui.
Entrar algures e conseguir ver, sem procurar muito, o meu lugar.
E um cinzeiro onde poderei deixar os restos de mim.
Quero entrar e descalçar-me.
Ver uma daquelas canecas que gosto.
O Café.
O açúcar.
E o leite.
Café e açúcar em demasia, batido com uma colher média de água, e cheio de leite acabado de ferver e com nata por cima, que me deixas comer.
Sair daqui e sentar-me.
E ver projectada na parede slides intermináveis de fotografias.
Tuas.
Minhas.
Nossas e das pessoas que nos habitam.
E frases que já nem me lembrava de ter escrito.
E quase como se eu não reparasse, ouvir aquele cd.
E sentir.te perto de mim, a sussurrares-me ao ouvido.
A dares autorização para que chore.
E não ter vergonha de o fazer!

Saio daqui.
Rejeito mais que um convite.
Trato mal quem não merece.
Trato também tão mal de mim, faz muito.
Entro no carro em direcção a uma qualquer multidão que não me conheça.
Levo o Cd e os cigarros comigo.
E os meus restos vão ficando pelo caminho.
Ponho as mesmas botas de ontem, por estar a precisar do barulho dos saltos.
E depois sento.me.
Sento.me algures, e espero, e para variar nada acontece.
E choro em silêncio.
E choro em seco.
Mas choro!

Hoje não ia aguentar. O disfarce tem pesado demais nos últimos tempos!

Ponto. O parágrafo vem mais tarde!

- Só podemos chorar por coisas boas, lembraste?
- Sim, mas e quando as lágrimas caem, assim, sem que eu queira?
- Deixa cair então, eu não digo a ninguem!

Entre.Tantos | Enquanto_esperam

Que fazem as pessoas que não fumam enquanto esperam?

assim ainda queimo o bacalhau

'Tou?

Estou sim muito boa noite minha senhora daqui fala o Quim Zé e estou a falar de Lisboa. Estou a ligar da Marktest, nós estamos a fazer um estudo e queríamos saber a sua opinião. A senhora está interessada em participar?

...hmm.. qual é o tema do estudo?

Publicidade.

...bah... pode ser... mas não me demore que tenho o bacalhau no forno.

Este estudo aplica-se a homens dos 15 aos 35, tem algum?

... se tenho algum??

Sim. Em casa.

... ah bom! isso não! deixei de os trazer a casa. agora vou eu à deles...quer que lhe dê o número de algum deles??

(silêncio)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Entre.Tantos | Põe-te_a_pau!

Admitindo à partida que estás disposta a que o gajo com quem estás (qualquer que seja o estatuto: namorado, amante, amigo, gay, hetero, bi, curte, colorido, one night stand, whatever) se venha, aconselho a pensares antes de o fazeres.
Pensar ainda melhor se tens coisas importantes para lhe dizeres, se o queres beijar, abraçar dar e receber mimo, deitar no colo, dizeres que gostas, etc.
Porque acredita, depois do gajo se vir: Já vai ouvir muito pouco. Dizer muito pouco. Fazer muito pouco, e se ele não for do tipo que baza logo nos 5 minutos a seguir, se não o puseres a mexer, dorme-te ali a noite toda, ressona, ocupa a cama, o sofá, o banco do carro, ou a manta na praia, e de manhã ainda te pergunta se não tens nada que se coma.

Põe-te a pau!

Entre.Tantos | Bexiga_de_grávida

Quem me conhece e lida comigo, conhece também a bexiga minúscula que tenho.
No outro dia um menino chegou a questionar o meu género sexual, por achar que faço xixi muito rápico, mais rapido que ele.
Ora, se a minha bexiga é pequena, cabe menos liquido lá dentro, logo despacho-me mais rápido. E além disso de costas não dá jeito pa fazer efeitos com esguinchos, como vcs meninos fazem, principalmente contra paredes de cimentos (que vim a saber são um optimo estimulante urinário, para a classe masculina. Sabiam disto meninas? Acho que lhes estímula a uretra uma parede sequinha de cimento.)
Mas fora isto que não interessa nada, o que me preocupa mesmo é: e no dia em que eu engravidar? (não que isso faça parte do meu futuro próximo, que eu saiba) Mas as gravidas, sendo que têm uma "coisa" a mais dentro da barriga a ocupar-lhes espaço e a comprimir-lhes orgãos, têm também a sua bexiga mais comprimida, o que provoca mais vontade de fazer xixi.

Portanto: se a minha já é pequena, quando estiver comprimida por um bébé terei de andar com um tubinho, uma fralda, ou uma sanita ambulante, porque de 30 em 30m vou estar aflitinha com xixi.
Ichhhhh, isto a juntar às esterias, enjoos, e afins...hum, n sei não!

Ter em
atenção que tudo o que acabei de escrever não foi baseado em quaisquer análises médicas. Só acho que a minha bexiga é pequena, e só acho que as gravidas tão sempre com xixi pk é o que ouço dizer!

Jazz&Ska

Eu ouvia jazz, ele ska.
Usava baton vermelho e seguia para as festas high, de copo de tinto na mão, enquanto ele sacudia a areia dos pés em direcção ao bar da praia para beber aquela cerveja e fumar o charro que circulasse.
Era um miúdo, da minha idade e com metade dos meus filmes. Um miúdo portanto!
O seu sorriso fácil e a descontracção na alma levavam-me a pensar muitas vezes nele.
Ficava semanas sem me falar, sem nos falarmos, e quando voltava a fazê-lo, nem sequer se desculpava por não ter dito nada durante tanto tempo. Fui aprendendo que era normal, que era assim mesmo. Era ele, era dele.
Pensei várias vezes nessas ausências, se não teria já arranjado uma miúda. Uma dessas de praia também, fáceis de lidar, simples a vestir e a falar, e de perfumes florais suaves, dessas que seguem que nem groupies os surfers todos da zona.
E eu arranjava lata e perguntava pelas babes e a razão pela qual ele não tinha ainda apagado o fogo, já que o via a subir as paredes.
Ele ria-se mas ficava chateado, e repetia mais uma vez que a imagem que eu tinha dele continuava errada. Que as coisas não eram assim, que ele não era assim.
Dizia que me queria, e pedia-me que o possuísse, e eu gozava com ele e dizia que isso era coisa de gaja. E ele ria-se também e um pouco irritado tentava convencer-me que falava sério. E que como eu era mais experiênte, quem ia possuir era eu, e que tinha de acontecer, nem que fosse no carro, e o mais rápido possível, porque eu o deixava louco e provocava-o.
Mas eu brincava com ele, gozava e dizia que não podia ser, que depois ainda gostávamos muito, e como era? Ele respondia que não fazia mal. Que nos tornávamos amigos coloridos, e que o fazíamos todos os dias. E eu ria-me.
Ele continuava a insistir que tínhamos de estar juntos, nem que fosse uma, que ia ser especial e bom, como daquela vez em que nos conhecemos.
Tentei explicar-lhe que não podia ser, que não tinha a depilação feita, porque precisava que os pêlos tivessem tamanho suficiente para os arrancar, e ele respondeu.me que não queria saber. Que se estava a “cagar pa isso”. Que só me queria ter. Que tinha de ser hoje, que era um bom dia, e que eu o deixava louco.


Eu gostava do “miúdo”. Não apenas por me dizer que eu lhe dava tesão, e me elogiar e tudo mais. Gostava porque sim, porque me sabia bem falar com ele. Porque gostei da química quanto estive com ele. E da boca dele, e do sorriso, e do jeito simples.
Porque dava beijos tão booooooooons.
Porque ele era do tipo que agarra, que abraça, que se enrosca. Que faz cafuné e que enrodilha a cabeça nos meus cabelos e me cheira.
Porque de todas as pessoas com quem eu podia estar, ele era quem me apetecia mais.


E porque não fui afinal?



In contos fictícios

ps: Não consegui encontrar A foto ...

terça-feira, outubro 17, 2006

Entre.Tantos | Meias_de_dedos


Estou cansada de andar o dia inteiro com o vestido rosa de algodão com que durmo.
Do robe polar, laranja, com que me aqueço.
Sem souien por preguiça de o pôr, e com as maminhas a dar a dar.
E de meias de riscas com dedos, enfiadas em havaianas a precisar de reforma e já sem bandeirinha.

Bah!

O meu príncipe encantado usa perfume do bom, da loja mesmo, não da papelaria.
É alto e diz que eu sou pequena. Mas não olha para mais ninguém. Beija a mão das minhas amigas e sorri para mim no entretanto. É cordial, abre a porta do carro, espera que eu me sente, pergunta o que eu quero e escolhe quando eu não sei… Dá-me mimo mesmo como eu gosto.
No outro dia disse-me: “Quero-te para sempre assim“. “Assim, como?”, perguntei eu. “Assim… minha”.
No dia seguinte, escreveu-me isso no espelho da casa de banho, com sabão. De manhã quando vi, sorri e não liguei. Mas acreditei.
Quando estou doente, parte a comida e dá-me na boca. Uma garfada, um beijo. E assim tudo passa. Até dor de barriga do período.
Quando me vê, diz sempre uma piada só para ver o meu sorriso. Olha para os meus lábios quando me quer beijar mas eu finjo que não vejo. Fico com vergonha.
O meu príncipe encantado fala com sotaque e espanta-se com tudo o que digo. Quer sempre falar comigo, só para perguntar alguma coisa porque acha que eu sei tudo, que sou mais inteligente. E eu acho que só diz isso para me fazer feliz.
Quando me deixa sozinha, diz-me sempre que vai ficar comigo no coração. “Vou ficar aí escondido, mas não digas a ninguém”. Diz que “vamos encontrar um lugar só nosso, a meio dos nossos lugares”. É mentira, mas não faz mal porque é bonito. E faz-me sonhar e acreditar em mentiras. Faz-me crescer.
Nem reparei quando o meu príncipe encantado chegou. Veio em bicos de pés e sentou-se ao meu lado a jogar às cartas. Ficou ali a olhar para mim e eu não reparei. Quando o vi pela primeira vez, notei que era bonito e senti a cara a aquecer. Mas ele não reparou. Só depois é que gostou de mim. Soaram as doze badaladas e ele sentiu. Depois queria estar sempre comigo para me sentir.
Canta-me cantigas de embalar e eu acredito nas letras. É forte mas diz-me quando tem medo e eu protejo-o. Ele fala com os olhos e eu assim percebo-o melhor. Mas não lhe digo o que sei…

Sei que ele não é o meu Príncipe Encantado.



Textos do Baú
Maio de 2006

domingo, outubro 15, 2006

Há palavras




Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill


sexta-feira, outubro 13, 2006

A tutti felice notte!




Esta semana fui ao Circo das variedades, e acho mesmo que deixei pedaços meus por lá.
Ficaram.me com bocados de mim, bocados do meu baton, e do meu perfume, e do meu olhar, e do meu teor alcoolico.
As únicas coisas que não perdi nessa noite, foi aquilo que se perde normalmente: brincos, acessórios, capas de sapatos, anéis, pulseiras, telemóvel, tabaco, isqueiros....NADA. Nada dessas coisas materiais eu perdi! Nem a virgindade…

Esta semana fui ao circo das variedades , e parte de mim ainda não voltou.
Nunca, mas NUNCA, vi tanto glamour junto e tanta máscara finalmente assumida.
Incrível.
Tudo o que é preciso para toda a gente ser mais feliz, é um bar aberto, e uma máscara no corpo!
Já que não perdi nenhum bem físico, arrependida estou eu de não ter levado máquina.
Só com ela podia explicar o que vi por lá. É indescritível.
Aliás...muita coisa ainda tá meio por decifrar, sobre aquela noite.

Esta semana fui ao circo das variedades, e por la fiquei.
Comecei no atelier do joão a esticar-lhe o cabelo, ripar e fazer-lhe uma banana, coroada por uma bandolete de cabelo, cheia de brilhantes dourados. Depois o eyeliner, o blush, baton e afins.
Seguimos com mais umas quantas (que de resto não eram de todo o mood certo) para o taxi. Não sei como n fomos todas violadas! Nunca me tinha sentido a ser olhada como concorrência, por uma quenga. Mas assim vestida, com um traveca plo meio, e em pleno Martim Moniz…
Chegar atrasada...sim, sim, muito On, mas nao à festa do ano, porque isso implicou duas horas de fila, mais meia hora de má educação a passar à frente de toda a gente, e como por artes mágicas ser reconhecida e abrir-se alas!
Entrar, e procurar quem me interessava. Encontrar, sorrir muito, abraçá-los e dançaaaaaaaaaaaaaaaaaaar.
As primeiras duas vodkas foram pedidas em jeito siamês, e desceram uma seguida à outra. Wooooooooow, agora sim, já estava com calor, e o ambiente já me tinha conquistado e substâncias menos ortodoxas já mexiam comigo, e eu com elas
.

Esta semana fui ao circo das variedades e ainda não me procurei.
Foi tudo tão alucinante, que há cenas que ainda agora estou a digerir.
Vi gente com mocas descomunais. Vi miúdas que nunca caem dos saltos, quase a andar descalças. Vi bebedeiras de riso e de choro, e nunca vi tanto álcool pelo chão.
As pessoas elogiavam, agarravam-se, beijavam sem pedir.

Esta semana fui ao circo das variedades e não sei quem voltei.
Não me lembro da música, nem de quando começou a ficar dia, mas na verdade lembro.me muito bem de tudo o resto…só não sei bem como aconteceu!
Foi mais uma daquelas noites em que a lucidez andou de mão dada comigo.
Foi uma noite em que finalmente os frascos estavam em concordância mais fiel com a essência que transportavam.
Há muito tempo que não pedia mais vida para uma noite.
Esta passou depressa demais!



Cansada

Cansada de filas.
E de transito.
E de esperar para no final não haver nada do outro lado que me mova.

E de pessoas, e dos meus esforços por sorrir e tentar pô-las tão felizes e tão (iludidamente) confortáveis quanto eu. E tentar mostrar-lhes que estou realmente a ser sincera


Cansada de, depois de tudo isto, achar que no fundo toda a gente se limita a sorrir de volta e a não se lembrar sequer de mim no dia seguinte. Gente que eu própria também tento esquecer (e esqueço) precisamente por achar que vou ser deixada ao abandono pela memória, como se faz com tudo e com todos os que são fáceis.

Cansada de rodopiar entre mundos e gentes desconhecidas, e de lhes mostrar coisas que não merecem. Cansada de dar elogios, da mesma maneira que se dá as mãos abertas aos animais para eles cheirarem, e puderem sentir confiança.
Para quê pergunto?

Onde está a Flipa que eu conhecia?

Consumo, consumo.me e exagero.
A minha boca suja de vermelho apenas aqueles que estão dispostos a deixar-se sujar de imundices que não importam, ainda que o que eu tenha para dar seja tão mais puro que isso.

Visto de fora não interessa não é!? Ninguém sabe quem sou, mas todos passam a saber e sempre pelos piores motivos.


Naquele dia, quando cheguei de manhã a casa, quis deitar a minha cabeça no colo dela, e não tive coragem.
Sentia.me de alma demasiado suja, para alguém tão forte, e tão pouco merecedora de mais nódoas.
Tenho a certeza que me ias passar a mão no cabelo e ter a mesma paciência de sempre. Deves ser a minha única certeza, mesmo quando certa já pouco te tiver.


Ando com vontade de te falar.
Ando com medo de me perder e de tropeçar.
Tenho.me afastado tanto das origens, que chego a recear não encontrar o caminho de volta.
Preciso de escrever, escrever muito. E faço.o. Preciso de desabafar, e falar, e falar, e falar, e declarar-me às pessoas de quem gosto, e quase implorar-lhes que sejam piedosas e aguentem a minha intensidade, e acreditem na minha verdade…

Mas bolas, como podem aguentar, se eu própria chego a ter dificuldade?
Ando a bajular gente mascarada e morro se de repente lhes vejo a cara que não me mostram normalmente.
Mentira. Com quem eu bajulo, posso eu bem.
Mas quem eu amo, se de repente desaparecerem, como já antes aconteceu… Onde ficam os meus heróis, e as minhas paixões? Onde ficam os meus cacos enterrados?


Estou a precisar de morrer um pouquinho. Só por uns tempos. Antes que alguem me mate.
Afastar-me das dúvidas e arrumar a minha casa, agarrar o meu espaço, reordená-lo.
Cansada da minha alma, e da sujidade e desarrumação que lhe vai cá dentro.
É como andar semanas e semanas a chegar a casa, despir uma roupa, dormir, acordar, vestir outra roupa e sair. Chegar a casa, despir uma roupa, dormir, acordar, vestir outra roupa e sair. Chegar a casa, despir uma roupa, dormir, acordar, vestir outra roupa e sair ...
E quando dás por ti, já não tens espaço para mais nada no teu armário, já não sabes quantas peças vestiste, sabes apenas que foram muitas. Nem as cores que tinham apenas que são tantas e tão juntas que chegam a fazer doer os olhos. Nem as que estão lavadas porque todas as sujas já contaminaram de cheiros imundos qualquer possibilidade de pureza que por ali ainda se encontrava dobrada e inocule.

Cansada de mim. E dos meus valores, aos quais dou valor a mais, e que de repente caiem por terra.
Cansada de mim e dos meus amores, aos quais dou valor a mais, e que qualquer dia desaparecem no ar.
Cansada de mim e do esforço que faço por aguentar tudo, e manter o sorriso, e manter aquilo que sou ou aquilo que finjo ser, ou aquilo que os outros conhecem (ou não conhecem de todo).


Cansada deste ritmo alucinante. E de querer e de poder. E de aproveitar cada segundo e depois ter dificuldade em adormecer, e ter de esperar até que aquela que sou processe tudo o que lhe vai na alma.

Deixem-me estar, ou ausentar. E morrer e amar.
Deixem-me estar
Deixem-me morrer
Deixem-me amar.

Ando suster a respiração há uns tempos, estou prestes a tocar o fundo do poço, mas desta vez é muito diferente.
Estou à espera desse dia, e é esse precisamente que temo que me mata antes mesmo de me afogar.
Porque depois vou acordar, olhar no espelho, tocar-me e perceber finalmente se aquilo que sou ou em que me tornei é a pessoa que quero cá dentro a habitar-me.

Sinto-me usada por mim mesma. E isso assusta-me!





Deixem-me morrer so por uns tempos. Antes que eu própria me mate!

Saí pra namorar



Lembro que te vi caminhar
Já havia um brilho num olhar e junto com o sorriso seu
O teu olhar vem de encontro ao meu
E o meu dia se fez mais feliz...
Preparem os confettis e os lenços de papel.
Até lá... Oiço música desta assim docinha e acredito em contos de fadas.
Porque não via um sorriso meu assim há muito tempo nem um dia de Outono tão bom como o de hoje.
:)

sexta-feira, outubro 06, 2006

Ser grande

Para ser grande, sê inteiro:
nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.





Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.





"Ocupas muito espaço", disse ele.

...
E eu sorri!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Querer ficar


Mais uma vez aqui sentada. Na sala que já não é minha e que nunca foi aliás.
O medo de me perder das pessoas.
A vontade que desta vez seja diferente e que algo mais forte persista.
O cheiro, as vozes, e os sorrisos.
As músicas que ficam.
Saudade já de quem ainda tenho aqui do meu lado.
Desejo que não fujam.
Vontade que não me percam.
Acreditar que os laços que se apertam são mais fortes que o esquecimento que se abate.


Querer ficar, e não poder..



terça-feira, outubro 03, 2006

Hip HOT Tuga


Eu nunca vi damas assim por isso ainda estou pasmado
Ao mesmo tempo cativado, preso, entusiasmado.
Ela tinha bué livros amontoados por todo o quarto
A bibliografia toda do grande Jorge Amado
Deixamos horas passar, jogamos conversa fora
Falamos de política, hip hop e literatura
Trocamos olhares, sorrisos e algumas histórias
Maior intimidade, fez subir a temperatura…
‘Não gosto quando me olhas assim tão intensamente, assim até parece que consegues ler o meu pensamento.’
Eu não falei, não tirei o olhar, aproximei-me. Não perguntei, foquei nos lábios e beijei. E saboreei-os bem deixando-a sem reacção. A minha língua entrelaçou na dela, pura conexão. Sussurrei no ouvido palavras de excitação. Sem pudor, bué tesão, a roupa já tá no chão. Lambuzei os mamilos dela com dedicação. Bué calor, os corpos já estão em ebulição. ‘Valete, sente a minha cona vai enfiando o dedo. Vê como tá toda molhada, suculenta e quente. Deixa-me pôr a mão no teu pau e senti-lo teso. Depois quero chupá-lo todo e pô-lo cá dentro’.


Roleta Russa
Valete













Hoje é só isto e cigarros.
Até amanhã.